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Então que tal?

 

Este post fala de um assunto que eu tenho andado a adiar aqui no blogAnteriormente, mencionei que a Guiné-Bissau é um país mais pobre do que eu antevia. Neste post vou aprofundar um bocado o tema. A razão de eu não querer assim tanto falar deste assunto é que ainda não saber exactamente como estrututar isto num texto bonito, como de resto é meu costume, e porque não sei muito bem o que pensar sobre pobreza, parece-me um problema complexo. No entanto, é algo que faz parte da minha realidade aqui e não vou deixar de fora. Por isso, apresento as divagações sobre a pobreza da Guiné-Bissau, segundo um Jovem Português pouco confiante e que já despediçou um parágrafo enorme só a dizer sobre o que vai falar.

 

A Guiné-Bissau é um país com um potencial enorme no turismo e no comércio internacional. No turismo, porque tem um território com paisagens naturais incríveis e bastante abrangentes. Há praias que pouca gente conhece e que são de cair o queixo, há florestas que poderiam ser o cenário real do filme Tarzan. No comércio, porque existem recursos naturais que poderiam tornar a Guiné-Bissau num próspero exportador. Desde pesca, à fruta, arroz e aos minérios.

É um bocado díficil dizer se a instabilidade política, que impossibilita um país bem sucedido, é a causa ou a consequência da cultura guineense. No entanto, parece-me que a cultura guineense não favorece a situação. Em muitas situações se pode ver que o trabalho é feito de forma descuidada.

Por exemplo, nos vários sítios "turísticos" a que fui, tanto em Bissau como mais aqui para o sul do país (restaurantes e bares), o atendimento é mau. Não me parece que o tratar bem o cliente seja uma prioridade para que o negócio possa ser bem sucedido. Fui a um bar, em Jemberem, com a fisgada de beber um café como deve ser e, além de me terem dito que só tinham coca-cola à temperatura ambiente, quando eu, estupidamente, pedi a coca-cola na mesma, a empregada chamou uma rapariga para ir comprar coca-cola a uma loja próxima. Surreal, eu sei, mas é o que acontece por aqui. Já agora, a coca-cola à temperatura ambiente não sabe bem. Nem as minhas saudades desse néctar do deuses ajudaram.

Um outro facto, é a educação não ser uma prioridade. Principalmente nas raparigas, talvez consequência da sociedade com traços machistas, nota-se o desinteresse em aprender. Mais uma vez, parece que não vêem o potencial de ter uma boa educação.
Como disse, a semana passada foram os testes do 2º trimestre. Pensava que ía ser uma semana em que os miúdos iam estar mais concentrados e com o rabo apertado, mas não. Duvido que a maior parte deles tenha estudado. Não que eu quando estava na escola estudasse muito, também, mas pelo menos sentia-me mal. Resultado: cabular e copiar pelos colegas. Eu, como professor fodido que gosto de parecer, trabalhei muito.

Mas deixando de parte o que acho que devia mudar na mentalidade do povo guineense para melhorar as condições do país, vou falar da consequência disto tudo. Como sempre, vou falar da realidade que conheço. Cacine é uma zona isolada no sul do país. Talvez por essa razão, tudo é mais díficil de conseguir que em Bissau excepto, talvez, peixe. Como também não há assim tanta oportunidade de fazer dinheiro, é notável a pobreza que aqui se vive. As casas das pessoas são de construção fraca, não há água potável nas casas e não há electricidade e alimentação, no geral, é fraca.

Numa das primeiras semanas, numa aula depois das 14h, o professor Pedro, ao reparar que os alunos estavam pouco participativos, decide lançar a graçola "Então, está tudo com sono por ser depois de almoço?". Não responderam. "Não devem ter percebido o meu português...típico". Já não sei em que contexto, falei disto ao Valberto durante o almoço, uns dias mais tarde, e ele disse que, muito provavelmente, os alunos ainda não tinham almoçado. Em muitas famílias a única refeição do dia faz-se às 16h. Caiu-me a ficha. E faz-me pensar que saltar de refeições deve contribuir, em grande parte, para o insucesso escolar e baixo nível de educação de que já aqui falei. Não há milagres.

Mais um exemplo da realidade daqui. É comum, no fim da refeição, o pessoal lá de casa preparar uma taça do nosso almoço para dar a um rapaz ou rapariga que esteja lá fora à espera. Dá que pensar.

Ainda em relação a isto da alimentação, não tenho a certeza que o que vou dizer a seguir faz sentido, do ponto de vista cientifico. Eu meço ≈1,75m. Em Portugal, tenho uma estatura média, não sou baixo mas também não sou alto. No entanto, aqui na Guiné, sou alto. Passo a explicar a minha teoria: como aqui a alimentação é precária (muito arroz, pouca proteína e poucos vegetais), as pessoas são, em média, mais baixas. É preciso não ter muito em que pensar para reparar nestas coisas.
O que também me ponho a pensar é que cresci com segurança, bem alimentado, fiz os meus estudos de forma consistente e terei trabalho quando voltar a Portugal. Em princípio, não me faltarão condições básicas de vida. Tive mais oportunidades, à partida, que as pessoas aqui em Cacine. Talvez o que tenha mudado com esta experiência é a humildade de perceber que tive sorte. Se tivesse nascido aqui em Cacine, por exemplo, será que teria vingado nos meus estudos? Será que com menos oportunidades, teria a teimosia de me esforçar para conseguir terminar um curso e conseguir um trabalho posteriormente? Nunca saberei, felizmente para mim.

Não foi de todo como imaginei que seria o texto, quando pensei rapidamente sobre ele antes de começar a escrever. Parece que são uma data de histórias coladas a cuspo e separadas por parágrafos. Na verdade, tudo isto foram pensamentos soltos que fui tendo durante a minha estadia aqui na Guiné-Bissau. Portanto, é até ironia do destino que o texto reflicta isso mesmo. Tiveram que levar com mais um post grande pa cacete e sem grande critério, 17 amigos. Sou, na escrita, como a minha altura em Portugal: medianozinho.

P.S.: Mãe, estou a comer bem. Não como tão bem como como em Portugal, mas não estou a passar fome.

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A Pré-viagem

26.03.18

Então que tal?

Este vai ser um post moderamente útil para quem está interessado em fazer uma viagem para um país em que seja necessário tratar do visto e levar vacinas, particularmente para um português que queira viajar para a Guiné-Bissau. Aos restantes, podem sair mais cedo. O Professor Pedro deixa.

 

O bilhete de avião

 

Fiquei surpreendido com o preço da viagem para a Guiné-Bissau. Os preços que vi para Fevereiro, com dois meses de antecedência apenas, era à volta dos 150€, pela TAP. Se tivesse que apontar uma razão, agora, é devido a não ser um destino turistico ou comercial de grande relevância. Fiquei mesmo confiançudo a pensar que esta aventura não iria ficar assim tão cara, mas até ao fim do post vão perceber que sou mais sábio hoje do que era há uns tempos atrás, neste aspecto.

Decidi não comprar a viagem de volta, foi uma jogada estratégica. Como vos disse, não conhecia o projecto nem o Valberto e havia a possibilidade de não haver grandes condições ou de não ser o que estava à espera, pela negativa. O plano era deixar passar um mês até comprar a viagem de volta, quando soubesse que estava tudo ok e que iria ficar até ao mês planeado. Já passaram dois e ainda não comprei. Tenho que ver ainda se faço uma cena depois de ir embora de Cacine e antes de voltar para Portugal. A verificar-se, revelarei aqui no blog. Provavelmente vou pagar uma quantia interessante pelo bilhete de volta.

 

O passaporte

 

Então, para poder viajar para a Guiné-Bissau é necessário o passaporte e um visto válido. Como nunca saí da Europa antes desta viagem, tive que pedir a emissão do meu passaporte. Existem muitos sítios onde se pode tratar disso, eu tratei numa secção do tribunal, no sítio onde vivo. Teve um custo de 65€ e demorou uma semana e qualquer coisa. É possível pedir com urgência, mas já não me lembro quanto custa nem em quanto tempo está pronto.

Para tratar do visto, dirigi-me à embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa. Levei comigo uma carta, redigida pelo Valberto, onde descrevia, sucintamente, o que eu iria fazer durante a minha estadia e em que período de tempo.

Em vez de me informar em relação a como funcionam os vistos, fui à campeão à embaixada. Fiquei com a sensação que a carta que apresentei aos funcionários da embaixada de pouco serviu porque me disseram que tinha que fazer o visto de turista normal, o qual me disseram que estaria pronto dali a umas horas. Paguei 70€ e fui embora. "Fixe" pensei eu. "Hoje já vou ter o visto tratado". Quando lá voltei, entregaram-me o passaporte com o respectivo visto. O problema é que indicava que só seria válido durante 45 dias (vou ficar mais de 90 dias, ao todo). Expliquei o meu problema e disseram-me que era mais fácil ir com o visto assim e renovar o visto quando já estivesse na Guiné-Bissau.

Ao ir para casa, comecei a imaginar o cenário: ir para um país politicamente instável com a possibilidade de não ter um visto para permanecer no país válido. Talvez fosse melhor ir já com o visto tratado e não arriscar condenar a aventura logo de início. Usei o meu poder exímio de procrastinação e deixei o problema arrastar-se até quase à última semana antes da minha partida.

Ao voltar à embaixada, pedi para falar com o embaixador (atitude de granda campeão, mais uma vez). Queria mesmo resolver o problema e falar com o middle man já tinha provado que não era eficaz. Claro que não tive o que queria, é preciso fazer uma marcação para ter uma audiência com o embaixador. Mas fui encaminhado para uma adida (que é tipo alguém que faz parte da equipa diplomática, desconhecia tal nome de cargo). Disse-lhe que não tinha achado bem terem-me indicado um visto de 45 dias quando sabiam que eu planeava permanecer na Guiné-Bissau bem mais que esse período. Ela compreendeu, em parte, o meu problema. Tanto que me tratou do visto para a totalidade da viagem no próprio dia, anulando o visto anterior, mesmo sendo um processo que demora 8 dias a ser tratado. Muito boa tropa. Resultado: um visto para 6 meses, 180€ (menos os 70€ que já tinha pagado).

 

As vacinas e os medicamentos

 

Clima tropical + condições de saúde pública duvidosas = doenças em abundância. De maneiras que tive que ir à consulta do viajante. Um conselho para quem tem que fazer a consulta do viajante: façam-no com antecedência. Idealmente conseguem uma consulta num sítio onde apenas têm de pagar uns 5€ pela consulta, graças ao nosso Sistema Nacional de Saúde (SNS). Também em relação ao SNS, conseguir que um dos centros atendam o telefone é um caso sério. Os que atendem, só têm consultas disponíveis para um ou dois meses mais tarde. Uma possibilidade teria sido ir aos tais centros, presencialmente, e fazer a marcação da consulta.

No meu caso, marquei consulta no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (custa 50€). As vacinas que me foram receitadas foram as que previnem as doenças: febre amarela, febre tifóide, meningite, hepatite A e tétano (que devia ter tomado há uns anos, mas gosto demasiado de aventuras).
Depois da consulta tomei as vacinas. Duas em cada braço. Todas menos a da Hepatite A (não a tinham lá). Não me lembro do valor de cada vacina mas paguei 100€ por todas.

Sabendo que vim para uma zona  da Guiné-Bissau isolada e com poucos recursos, penso que a estratégia da médica foi receitar medicamentos para montes de coisas, a dizer: infeções, diferentes níveis de diarreia, comprimidos de prevenção da malária (semanalmente), comprimidos de tratamento da malária, antibióticos, alergia a picadas de insectos, etc.

Na farmácia, deixei uma amarga quantia de 200€, que incluiu a vacina da hepatite A (não me lembro do valor). Embora desconfie que fui chulado na farmácia onde fui, o futuro viajante que estiver a planear uma viagem deste tipo, que se prepare para largar a nota na farmácia. Ou então pode sempre arriscar e não trazer grande coisa. Até agora o maior problema de saúde que tive foi a nível dentário e não trouxe nenhum medicamento para isso.

 

Infelizmente também não trouxe medicamentos para a prevenção de posts grandes pa cacete. Lamento, saudáveis 16 amigos. Neste post é possível fazer uma estimativa do custo da pré-viagem. Como dizia o caríssimo ilustre: "É fazer as contas". Já agora, se viajarem, não se esqueçam do bilhte de avião e do passaporte na casa-de-banho do aeroporto. É muito isto.

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publicado às 18:50

*Saudações em crioulo*

 

A este post pode-se chamar um filler post. No fundo, é um texto que não faz parte da história principal, nem sequer é uma história. O objectivo é falar de um tema que não consegui inserir noutros posts, por isso vou ter que dedicar-lhe um pequeno texto. Serve também para que o leitor não pense, em momento algum, que isto se trata de um blog sério, feito por um jovem português maduro.

 

Então, neste post, quero chamar a atenção para os nomes das pessoas aqui na Guiné-Bissau. Estes são bem diferentes dos que eu estou habituado a ouvir em Portugal. O grande problema é que existem nomes que têm uma conotação na lingua coloquial de Portugal.

Nomeadamente temos Mamadu, que é tipo o João cá do sitio. 'Mamado' é um termo que, se usado como adjectivo, na gíria portuguesa, remete para uma pessoa que bebeu demasiado ("estás todo mamado") e isso nem faz sentido porque geralmente não se bebe alcóol aqui em Cacine (influência da cultura islâmica). O mesmo termo também pode ser usado para descrever uma pessoa que não está a dizer coisa com coisa. Aí já é bem adequado porque por vezes falam susso (a língua imperceptível que falam aqui no sul da Guiné) comigo e eu poderia pensar "estás todo mamado".

Existe também o nome Mama-salio. Faz-me lembrar a palavra 'mamaçal', que é uma palavra da língua portuguesa que me diz muito. A semelhança é ainda intensificada pela maneira como dizem o nome aqui; cortam ligeiramente a última sílaba.

Depois existem nomes que se eu tivesse que apostar um rim, diria que são nomes de rapariga, mas depois vai-se a ver e são de rapaz. Por exemplo, Sana. Lá se vai um rim.

Dentro do mesmo assunto, também há uma tradição caricata, na etnia balanta, que é dar o nome do dia da semana em que a criança nasceu. Não sei exactamente se só às raparigas é que se dá o nome deste modo (é possível que aqui haja menos vagar para dar nomes a crianças com um sexo inferior), mas sei de raparigas chamadas Sábado, Segunda e Quinta. Foi o Valberto que me chamou a atenção para esta tradição, como curiosidade. Só há um ou dois dias da semana que não são atribuídos às crianças e o Valberto não me soube dizer porquê. Também não tenho assim tanta curiosidade para ir descobrir.

Tudo isto dificulta a vida de um Jovem Português na Guiné-Bissau que é professor e que tem de fazer a chamada nas aulas. Pode acontecer, e uma vez por outra acontece, que quando numa turma já estou a chamar o 5º Mamadu, o meu pensamento comece a ir para estas ideias inúteis e que se assemelham aos pensamentos de um adolescente de 13 anos, tipo aqueles que há dois posts atrás criticava. Pode também acontecer que, e normalmente acontece, o nome é demasiado complicado, eu o digo-o mal e que os alunos riem-se do erro (que imaturos).

 

Este pode ser um post mais inútil que o costume, mas ao menos não ficou grande pa cacete. Talvez este até valha a pena ler só para dizer que se preocupam, hã 15 amigos?
É muito isto.

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publicado às 19:00

"Para clicar?"

19.03.18

Então, no último post relatei um pouco como estão a ser as aulas de Português. Neste post vou descrever como estão a correr as aulas de Informática. Relembro que estou a dar aulas de Informática a duas turmas diferentes, a da manhã e a da noite. A turma da manhã está a ter o primeiro contacto com um computador e a turma da noite é malta que já fez um curso de informática, dado por outros voluntários, no passado.

 

Dar aulas de Informática é bastante diferente de dar as aulas de Português, pelas seguintes razões:

  1. não é na escola, é na associação;
  2. os alunos são mais velhos, o mais novo deve ter uns 16 anos;
  3. os alunos não são obrigados a estar ali, como na escola. Estão por isso, mais interessados em participar na aula;
  4. Estou muito mais à vontade a ensinar Informática. Nem preciso de encarnar a personagem de professor fodido bipolar, como mecanismo de sobrevivência.

No geral, estou a gostar mais de dar as aulas de Informática por estas razões e porque sei que até estou a fazer um trabalho decente (de acordo com os meus critérios). 

Mais no ínicio demorou um bocado a encontrar a estratégia para dar as aulas, considerando que não tinha um projector onde podia demonstrar o que queria que os meus alunos fizessem. Acrescido a isto, também havia (e continua a haver) o problema do Português. Muitas vezes vê-se nas caras de confusão que falei numa lingua alígena. Para resolver este problema e para organizar melhor as aulas, decidi criar guiões para os exercícios que queria que eles fizessem. A aula do primeiro guião correu pessimamente. 

Vou dar um exemplo de um exercício desse guião. 

 

Exercício 2 - Edição de texto básico

  1. Ir ao menu iniciar (tecla WINDOWS);
  2. Escrever “Bloco de Notas”;
  3. Clicar no programa;
  4. Escrever o nome (exemplo: “Pedro do Vale”);
  5. Carregar ENTER;
  6. Escrever a idade (exemplo: “24”);
  7. Selecionar o texto usando SHIFT e as SETAS ou usando o rato;
  8. Copiar o texto (CTRL + C);
  9. Ir até ao fim da linha com as SETAS;
  10. Carregar ENTER para mudar de linha;
  11. Colar o texto (CTRL + V).

Quando estava a escrever este guião, estava mesmo confiante que, com o nível de detalhe que fiz as instruções, não iria haver grandes problemas. Até porque todos os exercícios do guião já tinham sido feitos nas aulas anteriores, O que eu não contei foi com o primeiro problema: "o que é um guião?". Tive que exemplificar como se seguia o guião "vemos o que é para fazer no primeiro passo do guião, fazemos o que diz lá, e voltamos ao documento, para ver o que temos que fazer a seguir". A lição que retirei desta experiência é que muitos métodos de ensino que para mim são básicos para os meus alunos são novidade. Isto não quer dizer que reduzi o nível de dificuldade do que planeei ensinar durante estes meses, eu acredito que se mantiver a exigência e não pensando "vou só pô-los a fazer cópias no word para eles aprenderem a digitar", os meus alunos vão realmente aprender o básico de mexer num computador. Infelizmente, acho que não acho que tenha sido esta a atitude de outros voluntários que já deram curso de informática (à turma da noite), mas que querem que eu diga? Nem toda a gente tem a sorte de ter o Professor Pedro.

Desde esta experiência, adoptei duas estratégias: fazer os guiões mais descritivos com imagens a demonstrar o que os meus alunos têm de fazer e pedi ao Valberto alguém que me ajudasse a dar as aulas da manhã, onde a comunicação é o maior obstáculo. Desde então, o Lamine, um aluno da turma da noite que até és dos que se safa melhor nas aulas, têm ido à aula da manhã para esclarecer dúvidas dos alunos, em Crioulo e Susso. Eu continuo a esclarecer dúvidas e a dar as directrizes da aula, mas adivinhem quem é que os alunos mais chamam para esclarecer dúvidas? Mas por mim, tranquilo. Importante é que consigam fazer os exercícios.

 

Então é isto, os guiões dão bastante trabalho a fazer mas até estão a dar resultado e como entretanto já chegou um projector novo, as aulas vão correndo bem. Os guiões também vão ser fixes para se outro voluntário vier dar aulas de informática, nem que seja para perceber o nível de detalhe com que tem de explicar as coisas.

 

Divaguei bastante neste post, tanto que nem deu para criar secções no texto. "É o que temos". Já agora, o títutlo deste post é talvez a frase que mais oiço nas aulas depois de dar uma instrução, como por exemplo "vão à pasta, clicam no ficheiro para abri-lo". É engraçado.
Deixo-vos com pseudo-código, não fosse eu um jovem português informático na Guiné-Bissau:

 

    nAmigos = postAnterior.getNAmigos()++; // nAmigos = 14

    print random.nextString() + " grande pa cacete " + random.nextString() + nAmigos + random.nextString() + ". É muito isto.";

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Pois bem, no último post descrevi a minha rotina aqui em Cacine. Nos próximos dois posts vou detalhar, um bocado mais, como estão a ser as aulas de Português que estou a dar na escola e as aulas de Informática que estou a dar na sede da associação.

 

Comecemos pelas aulas de Português, dadas por um jovem português na Guiné-Bissau. Vou aproveitar para descrever um pouco a vida na escola Betel, que pertence à associação.

 

A Escola Betel

 

A Escola Betel em Cacine foi um sonho do Valberto há mais de 20 anos atrás. Neste momento é um escola que dá educação a 600 e tal pessoas de Cacine e de tabancas próximas, desde o a pré-primária até ao 11º ano.

A escola, apesar de particular, tem um acordo e obedece a regras do Estado. Não sei, na totalidade, o que representa este acordo, mas sei que alguns professores do Estado estão destacados na escola Betel. Isto é útil porque, assim, há professores a lecionar que têm um curso superior e, por isso, estão qualificados para dar aulas a partir do 10º ano. O plano é que, no futuro, a escola também tenha o 12º ano, permitindo aos alunos estudarem mais em Cacine e evitando que tenham de ir para Bissau ou para outras cidades para o fazer.

Tirando isso, os restantes professores são guineenses voluntários da associação. Recebem salário para dar aulas do pré-primária ao 9º ano. Alguns já estudaram na escola Betel, outros estão a estudar na escola ao mesmo tempo.

A escola é composta por salas de aula (aí umas 6), uma biblioteca, uma casa dos estudantes (onde alguns alunos que moram em tabancas mais distantes vivem, durante a semana) e um espaço de refeição. Em frente à entrada da escola existe também um campo de futebol em terra batida, onde decorrem as aulas de Educação Física.

Como podem imaginar 6 salas de aula não chegam para dar aulas a mais de 11 turmas simultaneamente. Por essa razão, as aulas estão divididas por turnos. Da pré-primária ao 5º ano, os alunos têm aulas entre as 7h30 e a minha hora de almoço (não sei a hora exacta, caguei). O segundo turno é do 5º ao 9º ano, começa à hora de almoço e acaba antes das 16h. O terceiro turno é para os alunos do 10º e 11º ano, começa às 15h e acaba às 19h45.

A maioria das turmas são as únicas num determinado ano, ou seja, só há uma turma de 6º, 7º, 8º, 9º,... ano. O que é chato porque há turmas com mais de 40 alunos. Imaginem o que é aturar 40 miúdos de 13 anos com o pito aos saltos sendo que é proibido agredi-los. Vá pronto, estou a brincar.

O ano é dividido em 3 períodos, tal como em Portugal. No fim de cada período os alunos têm um teste de cada disciplina. Os testes ocorrem numa semana em que não há aulas. Curiosamente, os testes do segundo trimestre decorrem na próxima semana. Ouvi dizer que é uma experiência caricata vigiar esses testes. Se for mesmo, talvez venha aqui contar como foi.

 

A vida na escola

 

Visto que os alunos da escola pertencem a uma cultura da minha, alguns costumes da escola são novidade para mim.

Todas as segundas-feiras, por volta das 8h, os alunos do turno da manhã reuném-se em frente à escola para cantar o hino nacional. Antes disso, se houver um voluntário novo ou um visitante, cantam uma música de boas-vindas. Muito engraçado. 

As turmas dos restantes turnos cantam o hino nacional, cada uma na sua sala de aula, na primeira aula do turno.

Quando o professor entra na sala, todos os alunos se levantam e dizem "Bom dia, sénhor proféssor". Só depois de eu responder "Bom dia, podem se sentar" é que eles o fazem. 

Todos os alunos da escola usam uniforme. Da pré-primária ao 6º ano o uniforme é apenas uma cena verde que metem por cima do que tiverem vestido. Do 7º ao 9º ano usam uma t-shirt branca e não podem usar calções, só calças e saias compridas. O 10º e o 11º ano usam camisa branca, gravata e calças de cerimónia. Muito "colégio-like".

O uniforme dos professores é uma t-shirt da associação e também não podem usar calções. O que é uma treta, porque este vosso amigo veio à campeão para o bom tempo com apenas dois pares de calças e agora tem que as alternar todos os dias da semana. Além disso, só tenho duas t-shirts da associação para 5 dias da semana. Tenho que ir lavando as t-shirts durante a semana para evitar o cheiro a catinga.

O último costume que aqui vou mencionar não foi algo imposto no regulamento da escola, o Valberto disse-me que é algo da cultura guineense. Os alunos, no intervalo de cada aula, limpam a sala antes do professor chegar. É incrível, não é? Quer dizer, na verdade, são os alunos que deitam lixo no chão ao desbarato, mas este cuidado imposto pela cultura é notável.

 

As aulas de Português

 

Tal como mencionei neste post, aceitei continuar a dar algumas aulas de português, dando uma ajuda ao professor de Português das turmas de 5º e 6º ano. De todo o meu trabalho como voluntário na associação, dar as aulas de Português é o que me custa mais. Mas por outro lado, é a experiência mais significativa.

Passo a explicar: como eu disse, não me sinto nada à vontade para dar aulas de Português porque 1) não gosto da disciplina 2) não estou minimamente qualificado para ensiná-la. Resumindo, faltam-me os truques de ser professor; adaptar as ferramentas de ensino aos alunos. Eu tento preparar bem as aulas, mas se vejo que o que preparei não está a resultar, não é fácil mudar a aula para uma coisa que resulte. Depois também há o problema do nível dos alunos ser bastante baixo o que, por um lado, não exige tanto de mim na preparação da aula, por outro, significa que todos os métodos de ensino que arranjo são uma novidade para os alunos e demora até eles perceberem como fazer cada coisa. Depois de identificar os problemas que acho que eles têm a escrever e falar em português, decidi começar por investir na conjugação dos verbos nos tempos verbais mais simples. Não é que exista um plano curricular para eu seguir, portanto é um bocado como eu quiser. É impressionante que os alunos só quando chegam ao 10º ano é que costumam aprender a conjugar os verbos. Assim fica difícil. Muito da experiência passa por abstrair-me do que acho ser correcto e criticar apenas construtivamente. Não vim para aqui mudar o mundo, apenas conhecê-lo um pouco mais.

Tirando este queixume todo, digo que a experiência de ser professor é bastante significativa porque o facto de dar aulas de português afecta muitos alunos da escola. Dou aulas a duas turmas de 5º ano e uma turma de 6º ano. Ao todo, devem ser uns 100 alunos. De maneiras que quando vou a passear por Cacine, acontece, uma vez por outra, ouvir alguém a dizer "Professor Pedro". É um aluno ou uma aluna que vem cumprimentar-me. Até que é fixe.

É ainda mais incrível porque me posso descrever, de entre os diferentes tipos de professor, como sendo o professor fodido bipolar. O professor fodido bipolar é aquele professor que é duro, não dá muito espaço aos alunos para desobedecerem e quando o fazem, vão levar na cara (isto é, "na cara psicológica"). Mas também é aquele professor que gosta de momentos bem definidos na aula para brincar com os alunos. A faceta de professor fodido bipolar funciona particularmente bem com os alunos mais mal-comportados, mas que até estão interessados em aprender. Levam na cabeça, compreendem o porquê e fazem-no a rir.

 

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Neste post nem vou mentir e dizer que achava que ía ser um texto pequeno pa cacete. A verdade é que até foi díficil expôr toda a experiência da escola, tal é a quantidade de coisas que poderia dizer aqui. Se acharem que o texto está confuso e mal escrito, caros 13 amigos, imaginem o que aprendem os alunos nas minhas aulas*. É muito isto.

 

Despeço-me com um facto deprimente: existe um dia dos professores (anual) em que todos os professores se reunem para fazer uma almoçarada. Só ouvi dizer que foi giro, adivinhem onde estava o jovem Professor de Português nesse dia (never. ever. lucky).

 

 *R: mau português.

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publicado às 23:37

Bom, neste post vou descrever o dia-a-dia de um Jovem Português na Guiné-Bissau, durante os dias de semana, agora que já passou tempo suficiente para criar rotinas. O horário varia consoante o dia e, por isso, a descrição fica meio confusa. Mas o leitor, ocidental com uma educação do ensino superior, perceberá a ideia.

8h30: Despertador toca e eu desligo-o.

8h40: Segundo despertador toca.

8h45: Abrir a porta porque bateram à porta para me acordar (a meu pedido).

8h46: Levantar-me para abrir a porta (para quem não me conhece, tenho dificuldade a acordar)

8h50: Lavar a sovaqueira.

9h00: Mata-bicho (aka pequeno-almoço).

9h10: Pegar na bicicleta e seguir para a associação, onde vou dar aula de Informática.

9h15: Abrir as portas e ir ligar o gerador.

9h16: Agradecer a Jesus porque o gerador não explodiu na minha cara.

9h30: Começar a aula de informática.

9h45: Fazer um esforço para que não se note na voz que estou a perder a paciência.

9h46: "PARA ABRIR A PASTA É CLICAR DUAS VEZES!" (merda, não consegui).

11h00: A aula acaba.

11h10: Passar por casa para defecar, sob o pretexto de ir buscar o meu caderno onde tenho as aulas de Português (mais ou menos) planeadas.

11h30: Ir para a escola para dar aula de Português (se for dia de dar aulas a essa hora).

11h40: Começar a aula.

11h45: Pensar porque é que aceitei dar aulas de Português mesmo tendo chumbado no exame nacional de 12º ano (true story).

12h25: Ir para casa.

12h30: Conviver um pouco antes do almoço ou chillar a apanhar sol.

13h00: Almoçar arroz com qualquer coisa. Normalmente somos 5 a almoçar: eu, o Alia, a Helen, o Valberto e o Robinho (mais tarde apresento-os aqui no blog). Inclui longas (e interessantes) conversas sobre assuntos variados.

14h00 - 20h00: Chillar um bocado ou preparar aulas ou arrumar a casa ou substituir o professor de Português de 10º e 11º que faltou outra vez ou conviver com alguém (que pode ou não incluir treinar falar em Crioulo).

17h00 - 19h30: fazer exercício (mais sobre isto num post posterior).

19h00: Fazer o jantar.

19h30: Comer o jantar à pressa.

19h43: Aplicar repelente de mosquitos em abundância.

19h45: Ir para a associação, de bicicleta, para dar a segunda aula de Informática (arriscando a vida porque conduzir à noite de bicicleta apenas com uma lanterna não chega para iluminar os buracos na estrada).

20h00: Começar a aula.

21h30: Terminar a aula de informática e começar a aula de Crioulo (o aluno Idrissa e o professor Pedro invertem os papéis).

22h30: Ir para casa.

22h40: Chegar a casa e receber o pão do dia seguinte (que alguém já comprou por mim).

22h41: Verificar se existem animais de estimação auto-proclamados dentro de casa. Se maiores que 3cm, matar.

22h41 - 1h00: Preparar aulas ou ver uma "sériezinha" ou ler ou notificar a família e os 12 amigos que ainda não tenho sintomas de malária.

0h00 - 1h00: ir para a cama.

0h00 - 4h00: não conseguir adormecer devido ao barulho de sapos, grilos e cigarras lá fora (para quem não me conhece, tenho dificuldade em adormecer).

5h00: Acordar com dor de dentes, se daquela vez.

 

XXhYY: anunciar que finalmente fiz um post curto e prometer, em vão, que a partir de agora já não vai haver posts grandes pa cacete.

WWhZZ: É muito isto.

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 23:53

Bom, anteriormente referi quão más são as estradas aqui na Guiné-Bissau, especialmente aqui no Sul. As viaturas usadas também não são as melhores. Quando o terreno é mau, as opções não são muitas: jipe (vamos incluir a carrinha de caixa aberta nos jipes), mota, bicicleta ou pernas. Os jipes são fixes para carregar coisas. As motas são fixes porque são mais baratas. A bicicleta e as pernas só gastam pulmão, que é grátis.

Curiosamente, tanto os jipes como as motas dão para levar mais que 3 pessoas, vi várias famílias de 4 pessoas montadas na mesma mota.

O José tem dois jipes, um que usa para fazer viagens mais longas, tipo a Bissau. Só o tem há um ano,  antes fazia todas as viagens com o outro jipe que usa desde sempre aqui na Guiné-Bissau. Portanto é um jipe com 21 anos. É usado para viagens mais curtas, poupando assim o jipe mais recente. Para imaginarem o efeito de um jipe com 21 anos na Guiné-Bissau, digo que meter as mudanças é um desafio interessante e que os espelhos laterais não existem. Além disso, não tem travão de mão (a funcionar). Para parar o carro é pôr na primeira mudança e rezar para que ele não se mexa.

Não há muita gente que tenha veículos aqui em Cacine, por essa razão muitas vezes o José é solicitado para dar boleia às pessoas. Pouco depois da minha chegada, o José pediu-me que desse boleia a uns jovens da igreja que iriam fazer um acampamento pela altura do carnaval, por saber que eu tenho carta. Como era uma viagem relativamente curta (≈ 18 km), emprestou-me o jipe mais antigo.

Assim, depois do almoço, peguei no jipe e fui para o ponto de encontro, a igreja da comunidade. O que eu não fazia ideia é que havia tanta coisa para levar para o acampamento, nem tanta gente. Éramos 21 pessoas no mesmo jipe. Sim, 21, nós contámos. Além das pessoas, colchões, malas, um saco grande de arroz, um tambor, e a bela da coluna portátil (daquelas com meio metro de altura). Não percebi o porquê da coluna, porque mal arrancámos lá atrás começaram a cantar e a tocar tambor. Devo dizer que foi muito fixe, aqueles ritmos e melodias tipicamente africanas.

Como podem imaginar, um jipe velho, em terreno mau e 21 pessoas não é são as condições ideais para fazer uma viagem. O máximo que consegui foi pôr a segunda mudança, só para terem uma ideia.

Passados os  primeiros 15 minutos, começámos a entrar num caminho especialmente mau (como se já antes não fosse mau o suficiente). Além dos buracos, havia subidas infindáveis. A certa altura, o jipe deixou de colaborar numa subida. Fiz o óbvio e voltei um bocado atrás para ganhar balanço, nada. Com toda a naturalidade, alguns rapazes saíram de trás da caixa aberta (reduzindo o peso do carro) e começaram a empurrar o jipe (aumentando a força para subir). Algo me diz que car pushing é um desporto famoso aqui. Quando chegámos a um terreno mais plano, entraram todos e retomámos o caminho. Isto aconteceu por duas vezes. Na segunda, a subida estava a ser especialmente longa. Toda a gente saiu do jipe e, mesmo com ajuda manual, o jipe estava em esforço a subir. Além do fumo que o jipe deita pelo tubo de escape, comecei a sentir um cheiro não muito favorável: embraiagem queimada. Quando chegámos a terreno plano novamente, não conseguia que o jipe avançasse. Desliguei o carro, abri o capô…fumo branco (shit). Decidi desligar o carro e empurrámos até à localidade mais próxima (quando digo localidade são 4 casas à beira da estrada). O condutor da carrinha de transporte frigorífica a quem estávamos a bloquear o caminho parou para nos ajudar e abrindo o capô facilmente se percebeu que o disco da embraiagem estava queimado.

Toda aquela gente que estava a planear chegar a meio da tarde à tabanca onde iriam fazer o acampamento não imaginavam que o dia deles ainda ía a meio, nem eu.

Ligando ao José, ficou combinado que teríamos que esperar pelo mecânico que nos iria ajudar a levar o carro de volta para Cacine. O pessoal do acampamento começou a pedir boleia às motas que iam passando por ali de vez em quando (toda a gente se conhece). Primeiro, para levar as coisas mais pesadas (arroz e coluna portátil), depois para os levar a eles próprios. Alguns foram a pé, carregando as restantes coisas (um pequeno passeio de 8 a 10 kms). Foi incrível ver como o povo guineense resolve rapidamente os problemas, muito práticos.

Eu e o Alia, que me acompanhou para me indicar o caminho, ficámos à espera que o mecânico de Cacine, o Rei, chegasse. Sim, o nome dele é Rei, mais tarde também lhe fez jus. Ainda ficámos umas três horas à espera da realeza, como também é comum no povo guineense (pois, nem tudo é bom). Deu tempo para ir conversando com a malta que vive ali e com o Alia, até nos ofereceram comida (bons tropas). Passou rápido.

Quando o Rei chegou, de mota e acompanhado por um rapaz, já era noite. Ele ligou o jipe e, talvez por já estar um bocado mais arrefecido, o jipe já ía respondendo. Eu fui no jipe com o Rei, o Alia e outro rapaz foram na mota. Foi impressionante a velocidade com que o Rei fez aquele caminho de volta, até conseguiu pôr a terceira mudança. Estávamos quase a chegar ao destino, faltavam uns 300m e o jipe voltou a não responder. Foi aqui que o Rei foi rei. A primeira mudança não funcionava mas a marcha atrás funcionava relativamente bem, então o Rei foi o restante caminho dessa forma!!! Faço notar que em marcha atrás não há médios para iluminar a estrada…foi incrível. Quando chegámos ao portão, demos aquele empurrãozinho para ajudar a subir e…feito.

No fim, o José não ficou chateado portanto, por enquanto, vou continuar aqui em Cacine. Entretanto, o jipe já foi consertado

Deixo-vos aqui uma foto do momento antes de iniciarmos a viagem. Se repararem bem ao volante podem ver um jovem português, ainda uma criança inocente que não sabia que iria perder a vontade de sorrir, antes do fim do dia.

 

UNADJUSTEDNONRAW_thumb_8.jpg

 

Aventura grande pa cacete. Admito que o título foi click bait (aquela cena que os youtubers fixes costumam fazer). Senti-vos violados, 11 amigos.
É muito isto.

 

 

IMG_9701.jpg

 

 

 

 

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