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A Pré-viagem

26.03.18

Então que tal?

Este vai ser um post moderamente útil para quem está interessado em fazer uma viagem para um país em que seja necessário tratar do visto e levar vacinas, particularmente para um português que queira viajar para a Guiné-Bissau. Aos restantes, podem sair mais cedo. O Professor Pedro deixa.

 

O bilhete de avião

 

Fiquei surpreendido com o preço da viagem para a Guiné-Bissau. Os preços que vi para Fevereiro, com dois meses de antecedência apenas, era à volta dos 150€, pela TAP. Se tivesse que apontar uma razão, agora, é devido a não ser um destino turistico ou comercial de grande relevância. Fiquei mesmo confiançudo a pensar que esta aventura não iria ficar assim tão cara, mas até ao fim do post vão perceber que sou mais sábio hoje do que era há uns tempos atrás, neste aspecto.

Decidi não comprar a viagem de volta, foi uma jogada estratégica. Como vos disse, não conhecia o projecto nem o Valberto e havia a possibilidade de não haver grandes condições ou de não ser o que estava à espera, pela negativa. O plano era deixar passar um mês até comprar a viagem de volta, quando soubesse que estava tudo ok e que iria ficar até ao mês planeado. Já passaram dois e ainda não comprei. Tenho que ver ainda se faço uma cena depois de ir embora de Cacine e antes de voltar para Portugal. A verificar-se, revelarei aqui no blog. Provavelmente vou pagar uma quantia interessante pelo bilhete de volta.

 

O passaporte

 

Então, para poder viajar para a Guiné-Bissau é necessário o passaporte e um visto válido. Como nunca saí da Europa antes desta viagem, tive que pedir a emissão do meu passaporte. Existem muitos sítios onde se pode tratar disso, eu tratei numa secção do tribunal, no sítio onde vivo. Teve um custo de 65€ e demorou uma semana e qualquer coisa. É possível pedir com urgência, mas já não me lembro quanto custa nem em quanto tempo está pronto.

Para tratar do visto, dirigi-me à embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa. Levei comigo uma carta, redigida pelo Valberto, onde descrevia, sucintamente, o que eu iria fazer durante a minha estadia e em que período de tempo.

Em vez de me informar em relação a como funcionam os vistos, fui à campeão à embaixada. Fiquei com a sensação que a carta que apresentei aos funcionários da embaixada de pouco serviu porque me disseram que tinha que fazer o visto de turista normal, o qual me disseram que estaria pronto dali a umas horas. Paguei 70€ e fui embora. "Fixe" pensei eu. "Hoje já vou ter o visto tratado". Quando lá voltei, entregaram-me o passaporte com o respectivo visto. O problema é que indicava que só seria válido durante 45 dias (vou ficar mais de 90 dias, ao todo). Expliquei o meu problema e disseram-me que era mais fácil ir com o visto assim e renovar o visto quando já estivesse na Guiné-Bissau.

Ao ir para casa, comecei a imaginar o cenário: ir para um país politicamente instável com a possibilidade de não ter um visto para permanecer no país válido. Talvez fosse melhor ir já com o visto tratado e não arriscar condenar a aventura logo de início. Usei o meu poder exímio de procrastinação e deixei o problema arrastar-se até quase à última semana antes da minha partida.

Ao voltar à embaixada, pedi para falar com o embaixador (atitude de granda campeão, mais uma vez). Queria mesmo resolver o problema e falar com o middle man já tinha provado que não era eficaz. Claro que não tive o que queria, é preciso fazer uma marcação para ter uma audiência com o embaixador. Mas fui encaminhado para uma adida (que é tipo alguém que faz parte da equipa diplomática, desconhecia tal nome de cargo). Disse-lhe que não tinha achado bem terem-me indicado um visto de 45 dias quando sabiam que eu planeava permanecer na Guiné-Bissau bem mais que esse período. Ela compreendeu, em parte, o meu problema. Tanto que me tratou do visto para a totalidade da viagem no próprio dia, anulando o visto anterior, mesmo sendo um processo que demora 8 dias a ser tratado. Muito boa tropa. Resultado: um visto para 6 meses, 180€ (menos os 70€ que já tinha pagado).

 

As vacinas e os medicamentos

 

Clima tropical + condições de saúde pública duvidosas = doenças em abundância. De maneiras que tive que ir à consulta do viajante. Um conselho para quem tem que fazer a consulta do viajante: façam-no com antecedência. Idealmente conseguem uma consulta num sítio onde apenas têm de pagar uns 5€ pela consulta, graças ao nosso Sistema Nacional de Saúde (SNS). Também em relação ao SNS, conseguir que um dos centros atendam o telefone é um caso sério. Os que atendem, só têm consultas disponíveis para um ou dois meses mais tarde. Uma possibilidade teria sido ir aos tais centros, presencialmente, e fazer a marcação da consulta.

No meu caso, marquei consulta no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (custa 50€). As vacinas que me foram receitadas foram as que previnem as doenças: febre amarela, febre tifóide, meningite, hepatite A e tétano (que devia ter tomado há uns anos, mas gosto demasiado de aventuras).
Depois da consulta tomei as vacinas. Duas em cada braço. Todas menos a da Hepatite A (não a tinham lá). Não me lembro do valor de cada vacina mas paguei 100€ por todas.

Sabendo que vim para uma zona  da Guiné-Bissau isolada e com poucos recursos, penso que a estratégia da médica foi receitar medicamentos para montes de coisas, a dizer: infeções, diferentes níveis de diarreia, comprimidos de prevenção da malária (semanalmente), comprimidos de tratamento da malária, antibióticos, alergia a picadas de insectos, etc.

Na farmácia, deixei uma amarga quantia de 200€, que incluiu a vacina da hepatite A (não me lembro do valor). Embora desconfie que fui chulado na farmácia onde fui, o futuro viajante que estiver a planear uma viagem deste tipo, que se prepare para largar a nota na farmácia. Ou então pode sempre arriscar e não trazer grande coisa. Até agora o maior problema de saúde que tive foi a nível dentário e não trouxe nenhum medicamento para isso.

 

Infelizmente também não trouxe medicamentos para a prevenção de posts grandes pa cacete. Lamento, saudáveis 16 amigos. Neste post é possível fazer uma estimativa do custo da pré-viagem. Como dizia o caríssimo ilustre: "É fazer as contas". Já agora, se viajarem, não se esqueçam do bilhte de avião e do passaporte na casa-de-banho do aeroporto. É muito isto.

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publicado às 18:50





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