Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Sim, isto é mais um blog de viagens (fu haters). Sem compromisso nem regularidade definida, vou relatar um pouco do que está a ser a minha experiência na Guiné-Bissau.
Este post vai contra aquilo que disse aqui sobre posts com fotografias, ou seja, vou misturar texto com fotos. Acho que o sítio onde estou a morar é pertinente e digno de um post, tanto pela importância de ter um bom sítio para descansar, calmo e sossegado, como pelas coisas diferentes da minha realidade em Portugal que aqui há. Além disso, fico mesmo supreendido por que é um sítio bonito e bem cuidado.
Isto bem feito, deveria ter sido algo a descrever no ínicio, quando apresentei a casa. Mas é a velha história, não contem comigo para fazer um blog pensado. Vamos a isto?
Dei-me ao trabalho de fazer uma planta (mal amanhada) para ser mais fácil explicar a organização do espaço:
Temos então: o portão, a garagem onde se guarda um jipe ainda com os sentimentos feridos, o casino onde se joga umas cartadas, a casa do Valterto, um armazém, um espaço de refeições, um poço onde se armazena a água das casas 1, 2 e 3 (casas para voluntários) e finalmente o chilling spot que contém duas redes. A minha casa é a casa 2, é no mesmo edíficio que a casa 1, mas são casas separadas.
Não desenhei na planta, porque dava muito trabalho mas, a ligar os vários sítios, há uns passeios com conchas, como nesta foto. Já agora, a foto foi tirada em frente ao chilling spot, à frente pode ver-se o edifício que contem a casa 1 e a casa 2.
Além dos edíficios, existe natureza por todo o lado: montes de árvores (palmeiras, pé de mango, limoeiros, planta da malagueta, árvore de pinha, etc.) e animais.
Os animais são as galinhas, que andam à solta, e os gatos. Os gatos são bem diferentes. Estou habituado a gatos que sejam os donos da casa. A diferença dos gatos guineenses é que são gatos selvagens, no sentido em que ninguém trata realmente deles. Quando sobram restos do almoço ou do jantar dá-se para eles comerem. Tirando isso, os gatos têm que caçar. É bom porque apanham as cobras e ratos que aqui entrem. Também é expectável que os gatos sejam diferentes porque, de acordo com a cultura bastante influenciada pela religião animista, os gatos são vistos como bichos pouco aconselháveis, portadores de espíritos maus. Então que, normalmente, são maltratados. Por exemplo, nunca consegui dar uma festa a um gato, eles fogem dos humanos.
A propósito dos gatos, nasceu uma ninhada há pouco tempo. Se desse para pôr likes no post, quantos teria a mais por colocar as seguintes fotos?
"Estás a olhar para onde, oh palhaço?":
Outro aspecto digno de nota e do qual quero falar é o poço. Como já disse anteriormente, a água não é um dado garantido, mesmo assim sou um dos sortudos aqui em Cacine que têm água canalizada. A água vem do poço indicado na planta e é bombeada para um reservatório de 2000L, de onde é encaminhada para as casas 1, 2 e 3. Ao pé da casa do Valberto tem outro poço ao lado da casa dele, mas esqueci-me de desenhar.
Na imagem podem ver o poço que fornece o bem essencial ao jovem português. Também podem ver a casa 1, 2 e 3.
Aproveitei para tirar esta fotos numa altura em que poço estava a ser aumentado (normalmente está fechado com cimento). O inteior do poço de 16m tem este aspecto:
Deixo também uma foto do chilling spot. O jovem português já dormiu boas sestas aqui:
Esta foto foi tirada ao lado do armazém e mostra (da esquerda para a direita) a casa 3, o espaço de refeições e a casa 2.
Como isto é um post atípico não vos vou chatear com a questão do post grande pa cacete, caríssimos 24 amigos. Algumas destas fotos e outras, ainda mais hipster, estão no meu instagram, caso tenham interesse. De qualquer maneira, é muito isto.