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Perto do fim

18.05.18

O meu tempo em Cacine está a chegar ao fim. Neste post vou descrever os últimos momentos dum sítio que foi a minha casa, base para muitas aventuras e local de trabalho durante 3 meses e meio. Será um post em jeito de conclusão da experiência de voluntariado. Mas não vos quero deixar tristes, a minha estadia na Guiné-Bissau ainda deve render um ou dois posts, não vou já sair da Guiné-Bissau.

 

As aulas de Português

 

Então, as aulas de Português foram aqui já postas no seu devido lugar da minha lista de gostos, mas no fundo foi uma boa experiência. Ser professor não é fácil e conseguir superar os desafios de dar uma aula é definivamente uma boa competência que levo comigo. Há uma turma em particular que acabei por dar mais aulas e a nossa útlima foi gratificante. Jogámos um ou outro jogo e rimos um bocado. São bons miúdos. Para contrastar, houve outra turma que foi muita mau, acho que nunca se tinham portado tão mal. Mas enfim, já pouco interessa.

 

As aulas de Informática

 

O meu trabalho principal e o qual dediquei a maior parte dos meus esforços foi o curso de Informática. A partir do momento em que percebi o ritmo e a forma como os meus alunos aprendem melhor, organizei muito melhor o resto das coisas que queria ensinar. Trabalhei bastante para fazer os tais guiões, tudo com imagens e setinhas. Fiz apresentações para sensibilizar sobre várias coisas, como por exemplo, a segurança na internet; que um anúncio a dizer "aumenta o teu pénis 1 cm" provavelmente não vai funcionar.

A última semana do curso não correu muito bem, tentei ensinar sobre como navegar na internet e como usar o e-mail. Os computadores da sala de informática não coloboraram e foi díficil cada aluno fazer os exercícios que eu pensei. Mas tranquilo, penso que os meus alunos aprenderam muita coisa que pode ser útil no futuro. Mais, não me limitei só a ensinar a fazer coisas sem nexo, insisti bastante para que praticassem e voltassem atrás para perceber como se faz, através de exercícios de revisão e assim.

 

Festa de despedida

 

A minha festa de despedida foi meio por minha causa, meio festa de conclusão do curso. Fiz um certificado para que possam ter uma prova fidedigna, assinado por mim em nome da associação e com carimbo, em como aprenderam sobre informática. Pode ser que seja útil para alguns deles no futuro. Também decidi, já que lhes ensinei como se usa, ofecer-lhes uma pen a cada um. Pode parecer uma coisa muito básica para o leitor ocidental que esteja a ler isto, mas nem eu esperava a felicidade que foi quando anunciei o que estava para lhes oferecer.

Na prática, a festa de despedida foi uma jantarada em que comi bom pato com arroz e demasiada malagueta, tudo organizado pelos alunos. Foi fixe. Tirei montes de fotos com todos. Esta gente é viciada em fotografias. Claro que incluiu momentos de dança, não fosse uma festa africana. Houve até oportunidade para os passos de dança desajeitados de um jovem professor português.

Nos dias que restaram em Cacine, tenho recebido todo o agradecimento pelo trabalho que fiz, de várias formas. Entrevista na rádio, presentes vários (muita manga, muito coconete, muita mancarra, panos africanos, etc.). O Alia ofereceu-me uma camisa di tera, que mandou fazer, que é tão fora do que eu costumo usar que dói. Mas vou estimá-la muito, pelo simbolismo. Não chorei, não se preocupem. Não tenho coração.

 

Neste momento já me encontro em Bissau. A data de regresso está muito próxima, mas ainda vou aproveitar para passear um bocado pelas ilhas Bijagós, que nem um branco turista que vem aqui usufrir da terra dos outros. Mais sobre esta aventura no próximo post grande pa cacete. Aguentem fortes, 26 amigos. É muito isto.

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publicado às 01:09





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